sábado, dezembro 15, 2007

 

O Kosovo, a Europa e a porcaria das religiões

A última tragédia balcânica começou com o reconhecimento da Croácia pelo Vaticano e Alemanha, esta dirigida por um político de grande dimensão, o chanceler Helmut Kohl, que terá cometido aí um grande erro histórico que arrastou o resto da Europa.

Sabe-se o que foi depois o desmembramento da Jugoslávia até terminar na guerrilha dos nacionalistas do Kosovo, verdadeiros bandos terroristas que assassinavam sérvios, e na repressão sangrenta e genocida dos sérvios sobre as populações não sérvias do Kosovo até à intervenção da NATO e ao julgamento de Slobodan Milošević,

Não vale a pena discorrer sobre o que podia ter sido e o que não deveria ter acontecido. Os factos são o que são e, neste momento, a secessão do Kosovo é irreversível. Os ódios são violentos e o sangue ainda está quente mas é inaceitável que as religiões e as etnias separem os povos e os tornem incompatíveis e irreconciliáveis.

A Sérvia tem no Kosovo o seu berço histórico, tinha ali numerosos conventos (cristãos ortodoxos) e os sérvios sentem a secessão como uma alienação do território nacional, com a cumplicidade da União Europeia e dos EUA. Definitivamente a Sérvia tem sido maltratada pela Europa a que ligou a sua história e cuja civilização ajudou a moldar.

O que vai acontecer não é a independência do Kosovo, é a vitória da Grande Albânia, cujos demónios ressuscitam, a humilhação da Sérvia e a decepção da Grécia. Muitos dos albaneses do Kosovo não passam de sérvios islamizados e o território, longe de constituir um espaço de paz e liberdade, começa por ser uma fonte de ressentimentos regionais e acabará num quebra-cabeças a 27.

A situação é injusta mas irreversível.




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